sábado, 14 de janeiro de 2012

Bem vindo ao país da Borracholândia

Todos têm acompanhado com expectativa os acontecimentos sobre a cracolândia. Depois de mais de uma década de intensa, ausência o Estado finalmente tomou uma iniciativa. A única que o governo de São Paulo sempre toma em qualquer caso. POLÍCIA. Óbvio que qualquer cidadão desta cidade ou do Brasil pensa que o crack é foda mesmo. Todos têm alguém na família ou na família de alguém perdido nas drogas. Dos mais reacionários aos meio centro ou revolucionários de botequim, todo mundo concorda que algo deve ser feito quanto ao consumo dessa droga infalivelmente destruidora.
                A forma que o Estado entende é que usuários não têm condições de decidir por si e o jeito é internação compulsória. A inteligente discussão do momento é até que ponto pode-se obrigar alguém a se tratar, até onde o Estado pode intervir no direito individual de cada um. Juristas de um lado, médicos de outro, todos querendo obviamente tomar a decisão mais sábia. Linda discussão. O estado no centro. Objetivo: limpeza social.
                Tudo muito bem, tudo muito bom. Enquanto discuti-se, polícia, bomba de gás, borrachada. Força, autoritarismo e violência. O próprio mundo dos drogados. Os últimos acontecimentos reforçam a minha já tão batida percepção sobre a administração pública do Estado de São Paulo. A de como o Estado encontra-se longe da juventude. Em princípio prende estudantes da maior universidade do Brasil, um mês depois, agride que já ta muito fudido. Entre faltas de opções para os jovens, não apenas de lazer e de educação, mas de estruturas básicas como habitação e alimentação. Mas o crack não é uma droga social, dirão os conservadores. Não há classe social. De fato, ainda faltam as inúmeras pesquisas que certamente ploriferam nas universidades nos dizer quem é o usuário de crack. Enquanto isso não acontece, sigo minha intuição pensando que se não são 100 por cento de jovens pobres que habitam – ou habitavam – a cracolândia, é pelo menos a maioria.
                Eu condeno a ação do governo pelo simples falto de que ela não resolve porra nenhuma. Parece que o problema está restrito a uma questão geográfica. Fala sério!!! Enquanto não se parar de tratar o problema de forma conservadora e autoritária, mais e mais jovens entraram nesse mundo super sinistro. Resolvamos o problema social para depois pensar no playboizinho que entra nessa por diversão. Reduzamos o número de usuários com medidas sociais, para depois pensar em psicologia.
                Por enquanto, borrachada neles, para que se pensem que estão fazendo alguma coisa. Mas que é a coisa errada é!
                

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